DISCURSO PRÊMIO EXECUTIVO DO ANO – O EQUILIBRISTA 2012

06/12/2012



Sérgio Cavalieri

IBEF Minas Gerais

 

Gostaria de saudar todos os presentes, em especial o anfitrião Carlos Alberto Teixeira de Oliveira, Presidente do IBEF e sua Diretoria.
Gostaria de saudar as autoridades presentes.

Gostaria ainda de agradecer todos que indicaram e votaram no meu nome.

Gostaria de saudar sócios e companheiros de trabalho no Grupo Asamar, colegas de Diretoria da FIEMG e ADCE aqui presentes.
Familiares, minha esposa Berenice, meu filho Eduardo e minha irmã, Heloisa, primos e tios.

A todos os amigos meu boa noite e gostaria de expressar minha satisfação por estarmos juntos nesta noite de grande alegria e júbilo para mim.
O prêmio Executivo do Ano – O Equilibrista, concedido pelo IBEF MG desde 1986 é de grande relevância para o meio empresarial de Minas e de todo o Brasil, e sem dúvida uma distinção que sempre admirei profundamente e que muito me sensibilizou;

Homenageio neste momento todos os Equlibristas na pessoa do José Tadeu de Moraes que tenho a satisfação de suceder neste rol de craques;
Saudar as empresas que também são homenageadas nesta noite com o prêmio Excelência em Finanças Corporativas de Minas Gerais, a AngloGoldAshanti, FIAT, Localiza, Banco BMG e Samarco;

Todos aqui presentes são equilibristas e merecem aplausos e reconhecimento pelo esforço que fazem para manter seus negócios saudáveis e prósperos;
Somos sobreviventes de um sistema tributário de magnitude desproporcional, um verdadeiro cipoal de regras, de uma legislação trabalhista cara e arcaica e que ainda por cima infantiliza o próprio trabalhador, de uma legislação baseada na desconfiança que leva ao excesso de controles, da carência de infra estrutura, de um sistema financeiro com juros elevados, de um conjunto de fatores que colocam o Brasil sistematicamente nas últimas posições entre todos os países industrializados do mundo em grau de competitividade.

Acredito que o fato de fazer parte do Grupo Asamar, que em 2012 completou 80 anos de atividades ininterruptas ultrapassando as barreiras deste ambiente pouco amigável aos empreendimentos, tenha sido um dos fatores que levaram a escolha do meu nome para receber este prêmio nesta noite.
Com muita garra e uma ousadia responsável, nós da 3ª geração da Família Asamar buscamos com empenho dar continuidade a esta bonita história empresarial mineira e brasileira, iniciada em agosto de 1932, aqui próximo, na Rua Caetés, 360 pelo meu avô Alberto Woods Soares e dois cunhados, Amynthas Jacques de Moraes e Antonio Faria Ribeiro, e que teve prosseguimento com nossos pais, tios, com a ajuda indispensável de colaboradores dedicados e competentes, pessoas com quem divido neste momento o título de Executivo do Ano.

Acredito ainda que o que tenha chamado a atenção dos sócios do IBEF que votaram em meu nome, tenha sido os trabalhos voluntários que realizo, na Diretoria da FIEMG, no Conselho Universitário da PUC Minas, no Conselho Consultivo Internacional da FDC, e especialmente na Presidência da ADCE – Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa, minha maior paixão;

Quero aqui neste momento reconhecer e fazer justiça dividindo este prêmio também com os companheiros de diretoria destas entidades, pois ninguém conquista nada sozinho.

Como já revelei a minha grande paixão pela ADCE, gostaria de apresentar a entidade e mostrar o porquê do meu entusiasmo por ela. Fundada na Bélgica em 1931, por empresários católicos, está presente em 33 países de 4 continentes, com mais de 30 mil associados. É a mais antiga e a maior entidade do mundo que trata do tema responsabilidade social empresarial.

Seu objetivo é inspirar e motivar empresários e executivos para que conduzam seus negócios tendo o ser humano como a principal razão da atividade empresarial e da própria economia, visando o desenvolvimento integral da pessoa e a construção de um mundo mais justo e fraterno.

Confesso também meu entusiasmo pela empresa, pois é a entidade que produz bens e serviços necessários ao ser humano, proporcionando mais conforto e bem estar para o mesmo, gera empregos e com isto é fonte de renda, de realização pessoal e profissional para os trabalhadores, recolhe impostos que vão permitir as ações do governo, remunera seus investidores, inova permanentemente para se manter atual e competitiva, criando valor para a sociedade.
A ADCE ao propor que a empresa seja orientada para as pessoas, seguindo valores cristãos e princípios éticos, morais e comprometidos com a verdade, a justiça, aponta o caminho para que a mesma cumpra os requisitos econômico, social e ambiental, tornando-se fonte de riqueza e esperança, desempenhando um papel insubstituível na sociedade, que vai muito além de simplesmente gerar lucro.

Para muitos, persiste a percepção enganosa que a responsabilidade social das empresas é algo romântico, bonito, mas economicamente inviável.
Afirmo, e hoje já temos inúmeros exemplos para comprovar, que as empresas socialmente responsáveis são plenamente humanas, altamente competitivas, obtém resultados superiores e são sustentáveis, pois conseguem atender adequadamente todos os seus stakeholders.

Quando esta postura for adotada em larga escala no meio empresarial representará uma transformação importante na economia e na sociedade do país.
Por outro lado, acredito que a maioria das pessoas aqui presentes concorda que o Brasil avançou bastante nos últimos dez a quinze anos.

Acredito também que as senhoras e senhores têm a consciência e a convicção que podemos ser um país bem melhor, principalmente em relação ao abismo social e cultural entre parcelas da nossa população.

Estamos longe de ser uma nação de cidadãos do bem, civilizados e honrados, com valores, dignidade, que respeitem as leis e o próximo, de pessoas que tenham orgulho do seu país, uma nação segurança, justa e com paz – um país ético.

Sou otimista por natureza e imbuído deste sentimento gostaria de compartilhar sonhos e aspirações com todos aqui presentes.
Para tanto vou abordar três temas que nos ajudarão a construir um novo país:
Ética, Participação e Solidariedade.

Começo fazendo um apelo, um pedido enfático, pois esta conversão para a ética só será possível se começar dentro de cada um de nós, nas nossas decisões e atitudes individuais, nas nossas famílias e nas nossas empresas.

Alguém tem de dar o primeiro passo rumo à transformação do Brasil. Pergunto: por que não nós, os líderes empresariais?
Como canta o artista conterrâneo montesclarende Beto Guedes “A lição sabemos de cor só nos resta aprender”. Ouso completar: só nos resta aprender e praticar;

Somos pródigos em descobrir erros e apontar os problemas dos outros, principalmente nos políticos, mas precisamos mudar nosso referencial e seguir Gandhi, “sejamos nós mesmos a mudança que queremos para o mundo”.

Reconheço que no mundo atual isto não é fácil, que é missão pesada e espinhosa, mas com a ajuda e a inspiração que vem de Deus tudo fica mais leve, pois, para Ele, nada é impossível.

A Carta aos Tessalonicenses nos fala “Nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tendo por capacete a esperança da salvação”.

Mais uma vez a Bíblia nos traz orientações sábias e perfeitas. Aqui nos apresenta a chave que nos garante o primeiro passo para a ética: vestirmos a couraça da fé para resistirmos às tentações do mundo.

Com o capacete da esperança da salvação conseguiremos barrar a corrupção, a extorsão, o achaque, evitar as propinas, os atalhos e as pequenas transgressões que aos poucos corroem nossa moral;

Conseguiremos forças para construir relações irretocáveis com o governo, com políticos, evitar concessões, ter coragem para não transigir, manter-nos na retidão, pois sabemos exatamente o limite do certo e do errado, do bem e do mal.

Com Gilberto Gil aprendemos: “anda com fé eu vou, que a fé não costuma falhar”. Somente com fé e com valores, como os valores cristãos, que a ADCE defende como guia para os negócios, o dirigente de empresa, será capaz de preservar a ética e colocar-se a serviço do bem comum, tomar decisões que privilegiem a coletividade, tomar atitudes comprometidas com as gerações futuras, construir relações de confiança, o que servirá de base para a formação de uma sociedade constituída de cidadãos de caráter e honrados.

Ir além. Resistir às tentações e ser protagonista. Partir para a ação, dar o exemplo, participar “Vós sois o sal da terra e a luz do mundo” Mateus capítulo 5.
Temos de ser referência para nossos pares, para nossos colaboradores e suas famílias, concorrentes, governantes, para as gerações que nos sucederão.
Temos sim de assumir nossa liderança, participar, ter coragem de influir, mostrar o caminho, sempre com parcimônia mas firmes nas convicções e nas atitudes que constroem o bem para sermos lembrados pelo nosso exemplo e pelo legado de contribuições positivas para o mundo.

É justamente aqui, em um evento do IBEF, repleto de executivos de finanças, que faço um alerta. Parece que depositamos confiança excessiva no mercado e nas finanças, que são necessários, mas não são suficientes.

Ainda hoje no Brasil temos quase vinte milhões de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza, ou seja, com renda domiciliar inferior a um dólar por dia.
É necessário um novo modelo. Acredito em um novo capitalismo, o capitalismo solidário, no qual seus limites não são definidos pelo poder do dinheiro, mas pelo amor e pela caridade.

Precisamos ser mais sóbrios nos nossos hábitos, consumir de forma consciente, repartir, abrir mão dos nossos excessos em benefício dos menos favorecidos.

São necessários dois movimentos simultâneos: nós que temos mais, precisamos dividir mais, e temos de acelerar a inclusão dos mais pobres.
Não imagino aqui nenhuma atitude assistencialista. O que a ADCE propõe é a gestão baseada na subsidiariedade, onde os líderes criam as condições para o fortalecimento das habilidades individuais que cada pessoa é dotada, para que possam progredir por si só e alcançar padrão de vida compatível com a dignidade humana.

É uma atitude ao mesmo tempo caridosa e estratégica, mas que não se efetiva com base nas leis do mercado, mas pela força da solidariedade, pois é acima de tudo um ato de amor.

Se no passado o papel das empresas era o de gerar o máximo retorno sobre o capital empregado, hoje os desafios são bem maiores pois exigem dos executivos equlibristas, conseguir o equilíbrio entre gerar retorno econômico, social, cultural e ambiental.

Se colocarmos as pessoas no centro do nosso trabalho, perceberemos que por meio da atividade produtiva ética, participativa e solidária preservaremos a dignidade do ser humano e criaremos uma sociedade e um país efetivamente desenvolvido.

Encerro com a citação do Papa Bento XVI no número 71 da maravilhosa Encíclica Caritas in Veritate  escrita em 2009: “O desenvolvimento é impossível sem homens retos, sem operadores econômicos e agentes políticos que sintam com força, em sua consciência, o chamamento ao bem comum”.
Muito obrigado e que Deus nos ilumine neste caminho.

 

Sérgio Cavalieri


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