05/10/2007
Sergio Cavalieri
A ADCE (Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas) é uma sociedade civil de caráter cultural e educativo, sem fins lucrativos, que reúne empresários interessados em estudar, viver e difundir no meio empresarial e na atividade econômica e social os ensinamentos da Doutrina Social Cristã, através da formação dos Dirigentes de Empresas. Para isto promovem estudos, pesquisas, cursos, conferências, seminários, congressos, publicações e outras atividades que possam contribuir para o atendimento pleno das suas metas.
A ADCE foi fundada em 1931, na Bélgica, por empresários católicos preocupados com os as condições precárias de trabalho e com a deterioração das relação entre os trabalhadores e os patrões. Nesta ocasião, comemorava-se os quarenta anos da Encíclica Rerum Novarum, do Papa Leão XIII que, em 1891, denunciou o risco de que o capitalismo e do comunismo; que se implantavam como regimes político-econômico dominantes, não garantiam justiça e liberdade para o homem, e que, segundo o Papa, conduziriam a sociedade a injustiças e infelicidade.
Com a encíclica, carta circular. Leão XIII divulgou pela primeira vez de forma organizada a base da Doutrina Social Cristã, com sete pilares fundamentais: a inalienável dignidade da pessoa humana, o bem comum, a primazia do trabalho sobre o capital, a destinação universal dos bens, a solidariedade, a subsidiariedade, e a participação.
A ADCE chegou ao Brasil em 1961 – e em Minas Gerais, em 1964. É um movimento ecumênico, baseado nos fundamentos da Doutrina Social Cristã, e se define como a união de dirigentes de empresas quem reconhecem e estão decididos a promover os valores humanos na empresa e na sociedade. Os princípios que exprimem as convicções dos membros da ADCE, e lhes inspiram sua conduta empresarial, sugerem as seguintes regras a serem observadas no dia-a-dia.
Respeito Ético: aceitar o valor transcendente de uma Ética Social e Empresarial a cujos imperativos submetem suas motivações, interesses, atividades e a racionalidade de suas decisões.
Função Social: entender que no alem da função econômica de produtora de bens e serviços, a empresa tema função social que se realiza através da promoção dos que nela trabalham e da comunidade na qual deve integrar-se.
Serviço à comunidade: julgara em pesa como um serviço à comunidade, devendo estar aberta a todos os que desejam dar às suas capacidades e poupanças uma destinação social criadora, e considerar obsoleta e anacrônica a concepção puramente individualista da empresa.
Lucro como Remuneração: o lucro é o indicador de uma empresa técnica, econômica e financeiramente sadia, e é a justa remuneração do esforço, da criatividade e dos riscos assumidos. Repudiar a idéia do lucro como única razão da atividade empresarial.
Exigências legais: as exigências que, em nome do bem comum, são impostas à empresa – especialmente pela legislação fiscal, pelo direito social, e pelo meio ambiente – são compromissos éticos.
Respeito aos colaboradores: respeitar todos os que trabalham na empresa, em qualquer nível da estrutura, sem discriminação, bem como sua dignidade essencial da pessoa humana; motivá-los a uma adesão responsável aos objetivos do bem comum, despertando potencialidades e levando-os a participar, cada vez mais, da vida da empresa.
Abertura ao dialogo: dialogar com todos os que comungam de suas preocupações, no sentido de contribuir para o aperfeiçoamento e atualização das instituições econômicas, jurídicas e sociais do Brasil, a fim de garantir-lhe um desenvolvimento justo, integral, harmônico e acelerado.
Apesar do enorme avanço do tema da responsabilidade social empresarial, e das mudanças que trouxe na forma de trabalhar das empresas, o mundo ainda apresenta graves distorções sociais. Vem daí a convicção dos membros da ADCE do seu papel atual e insubstituível na sociedade moderna, pois as transformações só ocorrerão na velocidade que o Brasil precisa, com a prática da responsabilidade social embasada na espiritualidade e na fé.
Sergio Cavalieri é Nascido em São Paulo, é formado em Engenharia Civil, Pós-Graduado em Finanças pela FGV e Vice-Presidente do Conselho de Política Econômica e Industrial da FIEMG. É, também, Presidente da ADCE.