Eleições 2018 e o conflito de classes. Velha política ou velho discurso?
Nos poucos debates entre os candidatos à presidência já ocorridos, observamos uma tendência de buscarem instigar nos eleitores, em especial nos mais pobres, o ódio contra os que mais possuem, os mais ricos – atacando duramente o direito (natural) à posse e às suas condições, bem como a relação capital versus trabalho e a velha política.
Ao se colocarem desta maneira, buscando atenção para os seus interesses políticos, instigam o conflito de classes, empunhando a bandeira da “questão social” e da desigualdade de classes. O velho discurso?
Como já previa o Papa Leão XIII, os socialistas, para realizar o seu sistema comunista, dissolvem a família no Estado, ao mesmo tempo que dissolvem as economias particulares na economia coletiva com funestas consequências de perturbação em todas as classes da sociedade, uma odiosa e insuportável servidão para todos os cidadãos e discórdias. A concórdia, também previa Papa Leão XII, traz consigo a ordem e a beleza, ao contrário do conflito perpétuo que só podem resultar em confusão e lutas selvagens.
Ao passo da campanha eleitoral, recém-iniciada, sinalizando que será uma das mais conturbadas da história brasileira, com destaque para os embates jurídicos. Paralelos aos palanques dos candidatos, a economia ainda vive tempos difíceis e turbulentos com efeitos danosos para os empresários e trabalhadores. A sobrevivência de muitos negócios ainda é incerta e a retomada dos empregos tímida.
O que interessa de fato ao eleitor, cidadão brasileiro para o futuro do Brasil?
O cidadão brasileiro tem pressa, tem esperança (uma característica brasileira) sempre em dias melhores, não obstante os inúmeros obstáculos que a nova realidade mundial impõe às nações desenvolvidas ou em desenvolvimento, notadamente no que diz respeito aos impactos da globalização, revolução tecnológica e da mudança de valores.
As condições atuais do Brasil requerem compromissos dos homens públicos diferentes das práticas atuais, em especial com a democracia, ética, responsabilidade social e políticas públicas voltadas para o bem comum. O que buscamos são homens públicos que se orientem pelos universais valores do bem comum e da solidariedade, e que no exercício das suas funções possam transformar nossa sociedade, resgatar a dignidade humana, a autoestima e garantir uma vida melhor para todos.
Os futuros mandatários da nação devem ser protagonistas de uma nova era com execução de ações concretas de políticas econômicas e sociais que atendam ao desenvolvimento integral de todos os brasileiros. Serem firmes no combate à corrupção e intransigentes na malversação dos recursos públicos, impulsionados na busca incessante da eficiência da máquina pública e lembrar sempre que governar é prestar um serviço para a sociedade e não estar a serviço de projetos pessoais.
Isto posto, é necessário que todos os eleitores exerçam seu voto de maneira consciente e responsável, e que ainda animem outros eleitores para que façam o mesmo, não se deixando influenciar pelos ditos “Velha política” ou “Velho discurso” e especial inume ao conflito de classes.
Somente com a participação efetiva, buscando conhecer bem os candidatos, seus passados, competência, experiência e propostas é que poderemos escolher bem e fazer a necessária renovação na política brasileira.
Sérgio Frade
Presidente da ADCE Minas Gerais (Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa)